Símbolos do Xamanismo
O Xamanismo é um conjunto de práticas e crenças ancestrais, que variam de tribo para tribo, espalhadas ao redor do mundo.
É calcado na natureza, onde tenta, através de rituais, que usam danças, músicas, objetos e trajes, se conectar com o mundo espiritual e com o sagrado.
Listamos os principais Símbolos do Xamanismo e seus significados, separados por temas para você se aprofundar nesse assunto que remonta ao princípio da humanidade.
1. Xamã
O xamã, independente de em qual cultura esteja inserido, é o sacerdote ou líder espiritual de uma comunidade. Ele simboliza a ponte entre o seu povo e os seus deuses, está associado ao sagrado, à cura, à magia e à natureza.
O treinamento para se tornar um xamã é muito demorado e cheio de sacrifícios, mesmo que já se nasça com o dom.
Eles precisam muitas vezes entrar em um estado alterado de consciência para poder contactar os espíritos, servindo a sua comunidade de forma benéfica.
2. Guias Espirituais no Xamanismo
Como o xamanismo é uma atividade muito conectada ao mundo natural e espiritual, é dito que os espíritos de ajuda podem auxiliar o xamã durante a sua jornada, podendo ser animais, plantas ou ancestrais tribais.
Urso
O simbolismo do urso, dependendo da sua espécie, varia muito de local e tribo. Na sua totalidade ele representa poder e força para o xamanismo.
Para os indígenas inuítes, especificamente os xamãs, localizados em regiões frias, como o Alasca, o Canadá e a Groenlândia, o urso-polar é um guia espiritual que simboliza pureza, poder e ressurreição.
Pelo fato de conseguir hibernar, dormindo no inverno, é uma figura que representa o ser supremo. Na pré-história, os ossos dos ursos eram enterrados em rituais junto com os ossos humanos.
Javali
Para a tribo dos Nenet da Sibéria, o javali é um dos principais guias espirituais. O animal é símbolo da força selvagem, acompanhando os xamãs em suas viagens.
A Árvore dos Xamãs
A árvore está presente na cultura xamânica há bastante tempo, simboliza em sua totalidade um portal de entrada para outros mundos, além do mundo físico. É a ponte de ligação da humanidade ao universo dos espíritos.
Para os xamãs Yakut (grupo étnico turco) e Evenk (povo Tungúsico) a árvore é um símbolo de meditação. As raízes, o tronco e o ramo são uma ponte de conexão entre os três reinos: superior (céu), médio (terra) e inferior (submundo).
3. Atributos Primordiais dos Xamãs
Quando uma tribo percebia que uma criança tinha dons mais avançados, ou seja, que ela tinha habilidades para se tornar um xamã, era iniciado o seu treinamento.
Era um processo demorado e contínuo, o qual ela recebia atributos essenciais para que fossem feitos os rituais xamânicos. Esses objetos simbolizam o poder adicional dado ao xamã, para que ele pudesse ajudar sua comunidade.
Toucado ou Cocar
Esse objeto era construído normalmente de penas, asas ou garras de animais. Simboliza o poder do animal passado ao xamã e a habilidade deste em viajar pelo mundo espiritual. Era usado somente em ritos xamanistas.
Roca
Esse instrumento sagrado simboliza o poder de afastar os espíritos malignos. Era esculpido com figuras de animais ou aves, com o intuito de passar o poder destes para o objeto.
O som da Roca também era usado para imitar o som da chuva, nos rituais para pedir chuva.
Ossos e Pele de Animais
Os ossos simbolizam o poder e a força dos animais dados ao xamã. Também representam a vida, a morte e a renovação.
A pele simboliza o poder e a proteção dos animais passados ao xamã. Os curandeiros da tribo de nativos americanos Blackfoot, utilizavam peles de animais, principalmente de ursos, lobos ou búfalos, para alcançar poderes especiais.
Avental
Essa vestimenta é construída com diversos outros apetrechos, como, por exemplo, talismãs ou moedas simbólicas dos antepassados, ossos ou dentes de animais, sinos, entre outros, depende de cada cultura ou tribo.
Ela simboliza o acréscimo na autoridade do xamã e o protege em suas viagens espirituais e cerimônias de divindades perigosas e malignas.
Sinos
Os instrumentos que produzem som são fundamentais para os xamãs, são necessários para os rituais de transe. Os objetos metálicos, nesse caso os sinos, simbolizam o poder da Terra.
Juntando uma haste, símbolo de defesa, com sinos e penas, as quais representam o voo espiritual e a ligação com o celestial, os xamãs detêm de um objeto poderoso para entrar no mundo dos espíritos.
Tambor de Runas
Muito presente em diversas tribos indígenas, esse instrumento simboliza adivinhação e profecia. Ele era construído com pele de animal e marcado com runas (letras de um conjunto de alfabetos rúnicos), utilizado para prever o futuro.
O tambor Sámi, usado em cerimônias xamânicas do povo Sámi (do norte da Europa), era empregado pelo xamã para prever aspectos religiosos, de caça, das relações na sua comunidade e fora dela.
Cajado
Existem diferentes tipos de cajados, variando de tribo para tribo, alguns são adornados com cabeças de animais, outros com objetos que produzem som, o que importa é que eles são uma presença viva para os xamãs.
Simbolizam poder e representam a ligação entre os reinos xamânicos (superior, médio e inferior).
Os xamãs Batak, mais conhecidos como datus, provenientes da Sumatra Ocidental (Indonésia), possuem cajados especiais, que contêm uma substância mágica e poderosa chamada de ‘’puk puk’’.
4. Rituais Xamânicos
Viagem Espiritual Alucinógena
É muito comum, em diversas tribos indígenas, que os xamãs utilizem drogas alucinógenas em cerimônias, com o intuito de entrar em transe, ou seja, deixar o seu espírito sair do corpo para entrar no mundo espiritual.
Elas estão associadas a habilidade do curandeiro de descobrir a cura de uma doença ou prever o futuro, entre outras coisas.
Os xamãs das Caraíbas inalavam um pó chamado cohoba (feito a partir de sementes moídas), para entrarem em transe e conseguirem adentrar no mundo dos espíritos, pedindo ajuda aos guias para curarem doentes em sua tribo.
Ritual de Renascimento
Esse tipo de cerimônia varia de tribo para tribo, sendo um ritual que simboliza purificação. Algumas comunidades de nativos americanos criaram uma cabana chamada de transudação. Ela era um pequeno espaço feito com madeiras velhas, significando a morte e o renascimento.
Dentro dela era reproduzido uma espécie de sauna, com pedras quentes regadas com água, criando assim um vapor. O intuito era construir um lugar parecido com o útero ou com uma bolha protetora.
As pessoas entravam na cabana, deixando o mundo terreno para trás. Após horas no escuro e no calor, elas saiam renascidas.
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